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Veo Arte en todas pArtes: ligando instituições culturais com os seus utilizadores desde 2009
Por trás do projeto Veo Arte en todas pArtes está Nuria García. Lançou Veo Arte há 4 anos como “um projeto pessoal cujo objetivo era explorar as diferentes fórmulas e possibilidades de difusão cultural na Internet”. Apresentado com um laboratório de ideias que serviria também como ligação entre museus e os restantes agentes que convivem na rede (galerias, artistas e pessoas que gostam de arte), Veo Arte en todas pArtes é um ponto de referência do sector cultural espanhol na Internet.
Falámos com a Nuria para conhecer o seu ponto de vista sobre estes 4 anos passados à frente de Veo Arte.
És responsável pelo Veo Arte en todas pArtes desde 2009. Tens na página do Veo Arte um artigo que explica o que é Veo Arte e o que te levou a criá-lo. Se pudesses alterar alguma coisa nestes 4 anos à frente de Veo Arte, fá-lo-ias? E se sim, o que mudarias? Podes falar-nos um pouco da evolução por que passou Veo Arte nos seus 4 anos de duração?
Não mudaria nada, porque na sua essência é um projeto em evolução contínua e a sua essência é antecipar-se às mudanças. Existe um projeto escrito que marca a linha editorial, os eixos temáticos que servem como guia para não perder o norte, e tudo isto permite uma evolução orgânica que permite dar resposta ao aqui e agora.
Veo Arte começou no Twitter, quando em Espanha ainda só se falava de Facebook, ao fazer-se referência às redes sociais. Mais tarde, para entrar em contacto com o público espanhol, entrou também no Facebook, e agora vivo com intensidade as relações estabelecidas no Instagram, onde a imagem prevalece sobre a palavra como ferramenta de comunicação.
O eixo motriz de Veo Arte en todas pArtes é a comunidade, que dá alma e sentido ao projeto, nós (eu) encarregamo-nos de dinamizá-la, propondo temas e iniciativas e estimando-a todos os dias. Interessa-me a ideia de rede social que dá valor à comunidade, à criação de conhecimento colaborativo, longe do cultivo de egos e protagonismos vazios.
Mais de 14 000 seguidores no Twitter e 21 000 “Gosto” no Facebook. Atualizas a página do site Veo Arte e os seus perfis sociais diariamente, e com um conteúdo quase exaustivo do que se passa no sector cultural em Espanha “ao minuto”. Uma pergunta: Como é que fazes???
Com muito amor e carinho... (risos), disciplina e trabalho. Como em tudo o que se acredita e se faz de coração, porque só assim as coisas valem a pena.
Nestes 4 anos notaste uma evolução na utilização das redes sociais por parte dos museus e das instituições culturais? Houve uma aproximação? De que forma as utilizam?
Sim, forma muitas as instituições que seguiram a corrente, e o número tem crescido com o passar do tempo. Alguns encararam as redes sociais como uma grande oportunidade para socializar com os utilizadores, outros utilizam-nas como um mero canal de informação para chegar a outro tipo de públicos. É muito interessante porque a estratégia adotada corresponde em grande medida ao modo como são encarados estes canais. Podemos ver como departamentos de comunicação dos museus os utilizam como um meio noticioso, como diretores de alguns museus começaram a defender a instituição no Twitter, como os departamentos de educação os utilizam para criar diálogo em torno das obras e como também são utilizados para vender bilhetes e merchandising.
Eu defendo que não deve haver apenas um modelo de comunicação baseado na mera humanização da instituição, e que os museus devem encontrar e construir a sua própria identidade, não se conformando com a simples repetição de modelos propostos pelo marketing ou pelo jornalismo. Há que aprender com os modelos e imprimir a personalidade da própria instituição e dos profissionais que estão por trás dela.
Estar nas redes sociais requer toda uma programação específica para o meio, que sirva os objetivos da instituição, e que não caminhe em paralelo. Quando a instituição não está convencida do seu projeto nas redes, o projeto falha e os utilizadores apercebem-se disso.
Os últimos 4 anos não foram fáceis para o campo da cultura em Espanha. Como vês o futuro da gestão cultural em Espanha?
Quero vê-lo com otimismo e é nessa linha que estou a trabalhar, ao procurar estratégias que ajudem a que o sector seja mais sustentável, além de social, para que todos os dia, pouco a pouco, seja maior o número de pessoas que começam a perceber a cultura e a arte de forma diferente. Acredito no mecenato e o micromecenato, já que estabelecem um vínculo muito especial entre as pessoas além da mera transação comercial, são uma aposta pessoal e um voto de confiança entre indivíduos.
Quando havia muito dinheiro, talvez em muitas ocasiões não se tenha investido como se devia, e agora que não há tanto temos a oportunidade de reformular muitas coisas, fazer as coisas de outra maneira.
Na tua opinião, quais são os sítios/ coletividades/ organizações/ instituições que mais se movem no campo da arte neste momento em Espanha? E quais julgas que são as iniciativas mais atrativas?
É muito difícil destacar algumas, o bom é que ainda há muitas entidades que apostam em apoiar a cultura e a arte, mais concretamente. Muitas fundações como a do Banco Santander, a Fundação da Universidade Complutense, La Casa Encendida, a Fundação Telefónica... estão a fazer muito para dar oportunidades a agentes novos da cultura.
As novas feiras que apostam em criar novos mercados e colecionadores de arte como CASA// ARTE, Room Art Fair e Cuarto Público.
Gosto muito da fórmula Encontro de Artistas Novos, que permite o intercâmbio de ideias entre artistas que partilham vivências em alguns dias de convivência.
Qual foi a maior descoberta para ti nestes últimos 4 anos?
A maior descoberta para mim foi encontrar uma grande quantidade de pessoas que se sente de alguma forma inspirada pelas mesmas ideias que movem o projeto Veo Arte en todas pArtes. Pressentia-o de alguma forma, mas não estava nada à espera desta resposta das pessoas e de como se envolveram em cada iniciativa. Não posso sentir mais nada a não ser puro agradecimento.
Quais são os teus próximos projetos com Veo Arte? E fora de Veo Arte?
Com Veo Arte, a terceira edição de “Arte y un Café” já está a ser preparada, continuamos a apostar em #TaggingMuseums como forma de interagir com os museus, continuamos a apoiar artistas e estamos abertos a novas colaborações.
Fora de Veo Arte, estou envolvida em dois Mestrados da Cámara de Comercio de Toledo e no ILAM como docento. No MPC (http://masterproyectosculturales.org/), como responsável do módulo “Las nuevas tecnologías aplicadas a la comunicación de proyectos culturales” e no MEGEAC (http://masterartecontemporaneo.com/) trabalho como docente de seminários online.
Além disso estou envolvida num novo projeto, Ingenio IC (http://www.ingenioic.es/), uma nova forma de comunicação integral baseada na promoção da cultura e da arte; é também uma nova empresa das denominadas “indústrias culturais e criativas” e com uma vocação proativa.
De que é que estás à procura agora? O que precisas para levar a cabo o teu próximo projeto cultural/ artístico?
Como sempre, colaboradores, profissionais e mecenas que permitam realizar novas iniciativas e aproximar a arte das pessoas e as pessoas da arte.
Queres deixar alguma mensagem aos leitores de The Arte Boulevard?
Interessados em falar de arte? Vemo-nos online e no próximo “Arte y un Café”!
Muito obrigado pelo teu tempo e por todo o teu trabalho com Veo Arte.
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